Ceratocone

Ceratocone é uma doença nos olhos não inflamatória que afeta a estrutura da córnea, que é uma camada fina e transparente que cobre a frente do globo ocular. Essa enfermidade é considerada genética, de caráter hereditário e evolução lenta. Pode atingir os dois olhos da mesma maneira, sendo denominado de ceratocone bilateral ou um olho ser mais afetado do que outro, chamado de ceratocone unilateral, que é o mais comum.

Ainda não se sabe a causa exata dessa enfermidade, porém indivíduos alérgicos que sentem muita coceira nos olhos possuem maior risco de desenvolver ceratocone, assim como portadores da síndrome de Down ou aqueles com alterações oculares congênitas (que foi gerado com essa alteração) como a catarata e a esclerótica azul, por exemplo.

Existem também casos em que o indivíduo possui histórico de ceratocone subclínico na família, ou seja, sem sintomas. Mas, quando os sinais surgem varia conforme a fase da doença, o mais comum é a perda progressiva da visão, tornando-se borrada e distorcida, o que obriga o aumento do grau das lentes dos óculos com frequência, levando a substituição por lentes de contato.

A perda aguda da visão causada pelo escape do humor aquoso que flui para dentro da córnea é uma complicação que pode surgir nos estágios mais avançados da doença.

O ceratocone pode apresentar alguns graus:

Grau 1: É denominado como ceratocone incipiente ou ceratocone fruste. Nesta fase, a visão é mantida e a miopia e astigmatismo são diminutos.

Grau 2: Nessa fase, o paciente necessita de óculos ou o uso de lentes de contato para corrigir os erros refrativos.

Grau 3: Esse estado é considerado avançado, pois a visão mesmo com a correção óptica já está bastante afetada, podendo necessitar de correção cirúrgica.

Grau 4: Nesse estágio da doença pode-se encontrar leucomas ou edemas sendo a única forma de tratamento o transplante de córnea.

O diagnóstico do ceratocone leva em consideração o histórico clínico do paciente e as queixas da perda da acuidade visual, que é avaliado por meio do exame na lâmpada de fenda consistindo em um aparelho que permite analisar o olho detalhadamente desde a camada externa da córnea até o nervo ótico. Pode necessitar alguns exames complementares também para a confirmação do diagnóstico, avaliação da progressão da doença e o grau de comprometimento da área afetada pela enfermidade, como a tomografia computadorizada da córnea e a paquimetria corneana.

Na fase inicial da doença, o uso de óculos pode ser suficiente para recuperar a acuidade visual do paciente. No entanto, caso o ceratocone evolua é preciso substituí-lo por lentes de contato.

Outra forma de tratamento é a colocação de anéis corneanos para modificar sua curvatura, já quando o caso é considerado grave e o paciente não responde bem as outras formas de tratamento, é indicado o transplante de córnea.

As maneiras de prevenção do aparecimento do ceratocone ainda são desconhecidas, pois é uma doença de caráter genético e hereditário. Entretanto, é possível controlar a evolução da doença nos indivíduos que possuem predisposição genética tratando alergias como: asma, rinite alérgica e algumas alergias dermatológicas que podem causar coceira.

É preciso consultar regularmente o oftalmologista, principalmente indivíduos que possuem casos de ceratocone na família, pois assim é possível controlar a progressão da doença por meio de um diagnóstico precoce.